"Não para nós Senhor, mas para a glória do teu Nome"
(Esse era o Lema dos Templários, extraído do livro dos Salmos)
A Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, mais conhecida como Ordem dos Templários, foi uma ordem militar, foram considerados até exército privado do Papa, protegendo Jerusalém por mais de 50 anos.
Sua origem vem da Primeira Cruzada (1095-1099) ( As Cruzadas foram guerras proclamadas pelo papa, em nome de Deus e travadas como se fossem iniciativa do próprio Cristo, para a recuperação da propriedade Cristão ou em defesa da Cristandade. A primeira Cruzada foi pregada pelo Papa Urbano II, no Concílio de Clermont, em 1095), que se caracterizou como a maior aventura do Homem Medieval, encontrou seu clímax no episódio conhecido como A Conquista de Jerusalém, no ano de 1099. Tal conquista foi levada a cabo por nobres de diferentes regiões da Europa Feudal - ou em processo de feudalização bastardo. Possuíam então um grande contingente de Normandos e Francos, liderados por figuras conhecidas como Godofredo de Bulhão e Tancredo de Hauteville. Esta fora apenas uma de muitas facetas de um movimento que penduraria até o século XIV, entretanto, de maneira muito menos religiosa e muito mais política do que as Cruzadas do século XII. Com a conquista de Jerusalém, formaram-se quatro Estados Latinos, sendo eles: O Condado de Edessa, do Conde Balduíno I, o Principado de Antioquia de Boemundo, e o Reino Latino de Jerusalém, que não possuía um rei e sim um regente, Godofredo de Bulhão. O recém fundado reino agora carecia de segurança, pois boa parte do contingente vindo da Europa agora tendia a regressar em direção a esta, por não encontrarem terras e a oferta de riquezas. Dessa maneina, não somente o Reino Latino de Jerusalém como os demais Estados Latinos se viram desprotegidos e frente a inúmeros inimigos islamizados.
A Ordem foi fundada por um cavaleiro francês, Hugo de Payens em 1118, com apoio de mais 8 cavaleiros e do Rei Balduíno II de Jerusalém. Os templários surgiram quando os cristãos perceberam que, após conquistar determinados territórios, fortalezas, etc, necessitavam de proteção, pois os turcos retomavam esses territórios e fortalezas. Então concluiu-se ser necessária uma permanente guarda nesses postos estratégicos e no próprio caminho que ia do Ocidente ao Oriente. Depois de se conseguir libertar Jerusalém, era preciso ficar custodiando. Pois, em caso contrário, tão logo eles voltassem para a Europa a cidade seria retomada. Daí surgiu a idéia de se criar uma espécie de companhia de cavaleiros que permanecesse continuamente nesses lugares.
A primeira ordem a surgir, foi a dos Hospitalários. Como o próprio nome indica, os Hospitalários tinham a finalidade de socorrer os peregrinos, até que eles voltassem para a Europa, propiciando-lhes escolta, medicamentos, sustento, abrigo e defesa em seu retorno.
No entanto, logo em seguida, viu-se a necessidade de uma organização que, além de proteger os peregrinos, garantisse militarmente o que eles chamavam de lugares santos, ou seja, Jerusalém, Belém, Nazaré, e também todos os postos intermediários, uma vez que a própria Constantinopla já estava ameaçada pelos turcos.
Hugo de Pyens sugeria que os cavaleiros vivessem juntos em mosteiros, como se fossem monges, porque achava que era uma maneira de aglutinar forças. Assim é que surgiu a Ordem, chamada de Templários por causa do templo de Jerusalém, o edifício sagrado tanto para os judeus do antigo testamento quanto para os cristãos e, depois, também para os muçulmanos. Para todos esses, Jerusalém era uma cidade Santa, e seu templo viria a ser uma espécie de símbolo da união das três religiões. Desse modo, os templários tinham a finalidade de proteger o templo.
Para não haver desencontros, eles, já na Europa, ficariam reunidos, morando todos em um mesmo lugar. Quando partissem para um expedição, partiriam todos juntos: este era o ideal de Hugo Payens, que também adotava como norma a pobreza absoluta, para que nenhum deles tivessem qualquer vislumbre de vanglória em ir para o Oriente. O ideal, dizia Hugo Payens, seria que cada templário só pudesse montar a cavalo junto com outro templário, ou seja, haveria um só cavalo para dois integrantes da Ordem, para que ninguém tivesse sequer um cavalo próprio. É por isso, que no antigo selo da Ordem Templária, pode-se ver um cavalo montado por dois cavaleiros. Todo cavaleiro tinha pelo menos um cavalo, mas o templário, num ato de renúncia, nem isto possuía; era, portanto, uma Ordem bem mais rigorosa do que as demais, na Terra Santa, os Hospitalários, os Cavaleiros de Malta e a Ordem dos Cavaleiros Teutônicos.
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Dois cavaleiros em um cavalo. |
Em 1120, os Templários eram uma realidade na Terra Santa, mas não na Europa. Faltava-lhes o reconhecimento da Igreja, o que fazia com que estes apenas atraíssem um número reduzido de homens e não contraíssem vultuosas doações, como já faziam os irmãos do Hospital.
Hugo de Payens busca o auxílio de seu primo, o Monge Bernardo de Claraval, um influente monge cisterciense que espalhava sua influência por todo Reino Franco e estaria disposto a colaborar teologicamente que havia se posto em relação ao então prototemplários: se eram os milicianos de Cristo, ou seja, monges, como poderiam empregar a prática militar?
Em 1128, o Papa Honório II, convoca o Concílio de Troyes, a fim de resolver o problema de tais cavaleiros, entre outros assuntos teológicos. Bernardo é então eleito secretário do concílio que conta com a presença de Hugo de Payens e outros cavaleiros. O abade de Claraval, São Bernardo, um homem de grande prestígio na Idade Média, talvez a maior figura de sem tempo, e cuja a influência na Igreja, em certo sentido, era até maior que a do Papa, foi consultado a respeito da nova Ordem. Aprovou a idéia, e tratou de convencer as pessoas da validade do plano desse cavaleiro Hugo de Payens. O próprio abade, segundo a tradição, redigiu a Regra dos Templários. Mas era preciso conquistar, através de seu prestígio, o apoio das pessoas, que deveriam dar algum dinheiro, para que pudessem construir suas primeiras casas etc.
Conta a história, que ele teria aproveitado uma oportunidade, quando foi convocado para um concílio, como abade que era de Claraval, em que estavam presentes bispos de várias partes do mundo conhecido.
"- Fui procurado por quatro ou cinco cavaleiros, liderados por Hugo de Payens, que querem formar uma associação religiosa e militar ao mesmo tempo", informou o abade. Isto era uma grande novidade na Europa, pois, até aquele momento, havia a cavalaria e havia os monges, mas não uma ordem militar e, a só um tempo, religiosa. Então, o abade tentou explicar o que seria essa cavalaria religiosa, ou essa congregação religiosa e militar, proferindo a que se tornou uma das mais belas peças de oratória, que é conhecido pelo nome de "Elogia da Nova Milícia".
Oficialmente aprovada pelo Papa Honório II em 1128, a ordem ganhou isenções e privilégios, dentre os quais o de que seu líder teria direito de se comunicar diretamente com o Papa. A Ordem tornou-se uma das favoritas da caridade em toda a cristandade, e cresceu rapidamente tanto em membros quanto em poder, seus membros estavam entre as mais qualificadas unidades de combate nas Cruzadas e os membros não-combatentes da Ordem geriam uma vasta infra-estrutura econômica, inovando em técnicas financeiras que constituíam o embrião de um sistema bancário, e erguendo muitas fortificações por toda a Europa e a Terra Santa.
Os templários tinham que fazer, de acordo com as regras, voto de pobreza, isto é, não poderiam ter absolutamente nenhuma propriedade, todas as propriedades pertenciam à Ordem. Apenas os que resolvesse casar-se, mediante uma licença especial, poderiam ter propriedades. Deviam, ainda, obediência absoluta ao superior, que era chamado Grão-Mestre da Ordem Templária, e voto de castidade.
Havia vários graus hierárquicos dentro da Ordem Templária: os cavaleiros, que eram os que realmente iam às batalhas; os capelães, que entravam na Ordem apenas para ministrar os sacramentos; os sargentos, ajudavam na arregimentação militar; e os serventes, uma espécie de peões.
Aos poucos a Ordem Templária começou a ser beneficiada por indivíduos ricos que, não tendo herdeiros, e entusiasmados por aquele ideal, deixavam-lhe seus bens e propriedades. Daí surgiu a necessidade de um tesoureiro que passou a ser chamado Comendador.
A sua vestimenta era uma cota de malha, para a guerra, como todos os outros cavaleiros, mas com uma espécia de um camisolão branco, que se vislumbrava uma cruz marchetada em vermelho.
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Cruz Templária |
Com o passar do tempo, a Ordem ficou riquíssima, e muito poderosa.
As derrotas sofridas pela Ordem, reforçaram a ideia nos altos escalões do clero, de que os templários já não cumpriam sua missão de liberar e proteger os caminhos para Jerusalém. A principal derrota foi em 1291, quando os muçulmanos conquistaram São João de Acre, a última cidade cristã na Terra Santa. A partir desse momento, começaram as perseguições pelo rei Felipe, o Belo, que incomodado pela autonomia e poder da Ordem, toma diversas medidas para dominá-la. Sem alcançar seus objetivos, decreta a dissolução da Ordem, a prisão de seus líderes que, depois de interrogatórios, são condenados a morrer na fogueira em 18 de março de 1314.
O Rei Felipe, pretendia que os Templários e os Hospitalários se fundissem em uma só Ordem. A verdade, é que os Hospitalários não compareceram a essa convocação do Papa, e o único que atendeu foi o Grão-Mestre templário, Jacques De Molay, em 1306, o qual descartou qualquer desagregação ou justaposição da Ordem dos Templários com outras ordens.
Felipe, o Belo, recebendo do Papa a notícia de que era difícil dissolver a Ordem dos Templários, pois não havia nenhuma acusação que justificasse essa dissolução, teve a ideia de acusá-lo de feitiçaria e heresia.
Hereges eram chamados os indivíduos que não professavam integralmente a fé católica.
Os Templários seriam heréticos, pois "não adoravam a cruz de Cristo" e mesmo a detestavam. Inclusive, segundo essa acusação, eles "obrigavam todo o iniciado a repudiar o Cristo, pisando no crucifixo, antes de se tornar templário".
Segunda acusação: "Eles adoram a um ídolo, chamado Baphomet", espécie de cabeça de bode, com algo de parecido com o Diabo, em cerimônias ocultas".
Terceira: "eles praticavam o vício da sodomia" e "uma prova da sodomia estava no próprio selo da Ordem".
Guilherme Nogaret (Conselheiro de Rei Felipe), mandou que compilassem essas acusações, que foram assinadas por onze pessoas e aprovadas pelo Rei Felipe, o qual, antes que o Papa se pronunciasse, em nome da fé ameaçada, mandou prender todos os templários que estivessem na França naquele momento, escrevendo na proclamação as justificativas do crime. Então os templários foram condenados a morte na fogueira, inclusive o seu grão-mestre Jacques De Molay.
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Jacques De Molay |
Na sua ira, De Molay teria chamado o Rei e o Papa a encontrá-lo novamente diante do julgamento de Deus antes que aquele ano terminasse . Felipe, o Belo, e Clemente V, morreram ainda no ano de 1314.
Além de muitas riquezas, os Templários possuíam uma grande esquadra, devido ao grande número de Templários, apenas alguns foram aprisionados (na sua maioria franceses), os de outras nacionalidades, conseguiram refugiar-se em outros países. Alguns fora para a Escócia, Suiça (nota-se o sistema bancário, segundo historiadores, imposto pelos templários), e alguns sobreviventes levaram algo das riquezas da Ordem para Portugal. Os empreendimentos das descobertas do Rei de Portugal, no começo da era das navegações, toda aquela iniciativa que custava muito caro, foi financiada com o outro dos templários. E o rei de Portugal, tendo fundado a Ordem de Cristo, permitiu que seu emblema continuasse sendo o mesmo dos Templários, e por um mistério, isso passou despercebido.
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Caravela de Cabral (as mesmas cores e formato da Cruz dos Templários) |
Historiadores acreditam na separação dos Templários quando a perseguição na França foi declarada. Um dos prováveis lugares de refúgio, foi a Escócia. Embora o lugar fosse seguro, sempre pairava o medo de que fossem descobertos e considerados novamente como traidores. Por isso, teriam se valido de seus conhecimentos da arquitetura sagrada, e assumiram um novo disfarce para fazerem parte da maçonaria.
Muitas lendas templárias, estão relacionadas com a ocupação precoce pela Ordem do Monte de Templo em Jerusalém e da especulação sobre as relíquias que os Templários podem ter encontrado por lá, como o Santo Graal ou a Arca da Aliança. No entanto, nenhum fato é comprovado, apenas boatos.
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Monte do Templo |
Referências Bibliográficas
http://www.terra.com.br/esoterico/infograficos/sociedade-secreta/;
http://pt.wikipedia.org/wiki/Templ%C3%A1rios#Hist.C3.B3ria;
http://tradicaocatolicaes.files.wordpress.com/2011/09/os-templarios.pdf;
http://www.academia.edu/3785641/Os_Cavaleiros_de_Cristo_a_origem_dos_Cavaleiros_Templarios;
http://ordemdacruz.webnode.com.br/templarios/.